O sr.Alberto era um homem bom, honesto e trabalhador, que vivia numa pacata aldeia de Trás-os-Montes. Ele nunca foi muito feliz, pois ele era muito magrinho, e Deus também não o favoreceu muito com a sua beleza! Por ser tão magrinho, quando era criança, as pessoas da aldeia achavam-lhe muita piada e comentavam: “É mesmo engraçado o Alberto… até parece um macaquito!” Porém, o sr.Alberto só enfortaleceu mais tarde e, infelizmente, o apelido de “macaco” foi ficando! Até os poucos miúdos que havia na aldeia o chateavam, até que um dia ele resolveu aceitar o convite de um primo que morava em Portimão e foi morar com ele, pois dizia ele:
-Pelo menos por lá não ouvirei mais a palavra “macaco”! – E lá foi ele. Fez uma óptima viagem, até já havia muito tempo que ele não passava um dia tão sossegado. Chegou a Portimão a pensar que lá nem sequer tinham o uso da palavra “macaco”. Mais à frente, encontra dois miúdos que estavam a brincar e, de repente, chatearam-se. Logo um dos miúdos chamou ao outro “macaco”. O sr.Alberto começou a ficar pensativo!
Passou ao pé da oficina da rua do primo, e diz o patrão para o empregado:
– Ó Zé, traz o macaco para levantar o carro! – Ora, mais pensativo ficou ainda o sr.Alberto! Ao chegar ao prédio do primo, estava uma mãe com o seu filho que brincava no jardim, e diz-lhe a senhora:
– Ó Ricardo, tira um macaco que tens aí no nariz, filho!! – O pobre do sr.Alberto nem queria acreditar que a palavra “macaco” estava por todo lado!
Chegado ao apartamento do primo, fartou-se de tocar à campainha e nada, ele nunca mais vinha. Finalmente abriu a porta e disse:
– Desculpa, estava tão atento à televisão que nem ouvia tocar! É que eu adoro ver a série “O Planeta dos Macacos”! – De repente, o sr.Alberto desata às gargalhadas e diz ao primo:
– Vou passar alguns dias contigo e depois volto para casa, pois já vi que existem macacos e vários tipos de macacos por todo lado!!!
Esta pequena história, por sinal bastante engraçada, é apenas uma pequena amostra da POLISSEMIA da nossa língua portuguesa!
