Sabias que existem palavras na Língua Portuguesa que só devem ser empregadas no plural?
Ora repara: os ÓCULOS, as CALÇAS, as OLHEIRAS, os PARABÉNS, as CUECAS, os ARREDORES, as NÚPCIAS, etc.
Erradamente, tendemos a dizer “meio-dia e meio”.
No entanto, a expressão correcta é “meio-dia e meia” (ou seja, “meio-dia e meia hora”).
Como é óbvio, ninguém diz “Eu coloro esse desenho”.
O verbo “COLORIR” é, pois, defectivo (“defeituoso”) e não permite a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do indicativo.
O mesmo acontece, por exemplo, com o verbo “ABOLIR“. Ninguém diz “Eu abulo”.
Portanto, dizemos: Eu VOU COLORIR esse desenho,” e “Eu VOU ABOLIR esse preconceito.”
Sabias que não existe preço barato ou preço caro??!
Pois é! Só existe preço alto ou baixo. O produto, sim, é que pode ser caro ou barato.
Ora vejamos:
“Esta televisão é muito cara.” ou “O preço desta televisão é alto”.
Assim, e em contexto de crise, pensámos que te seria muito útil tomares nota desta pequena curiosidade!
A palavra “QUALQUER” é a única na Língua Portuguesa que forma o plural na parte interna (QUAISQUER) e não no final, como é o normal em todas as demais palavras que permitem a flexão para o plural.
Contam que, uma vez, reuniram-se os sentimentos e as qualidades dos Homens num lugar distante, na Terra.
Quando o ABORRECIMENTO já tinha reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, propôs-lhe:
- Vamos brincar às escondidas?
A INTRIGA levantou a sobrancelha, intrigada, e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: – Escondidas? O que é isso?
- É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará o meu lugar para continuar o jogo.
O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.
A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar.
A VERDADE preferiu não esconder-se. Para quê? Se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
- Um, dois, três, quatro… – começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho.
A FÉ subiu ao céu e a INVEJA escondeu-se atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir à árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum dos seus amigos – se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou escondendo-se num raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões.
O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não tinha encontrado um local para se esconder pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre as suas flores.
- Um milhão! – contou a LOUCURA, e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou a FÉ discutindo com Deus, no céu, sobre zoologia.
Sentiu vibrar a PAIXÃO e o DESEJo nos vulcões.
Por um descuido, encontrou a INVEJA, e claro, assim pôde deduzir onde estava o TRIUNFO.
Quanto ao EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado do seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede, e ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA.
A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois encontrou-a sentada sobre uma cerca, sem decidir em qua lado se devia esconder.
E assim foi encontrando a todos:
O TALENTO entre a erva fresca; A ANGÚSTIA numa cova escura;
A MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano);
e até o ESQUECIMENTO, que já se tinha esquecido que estava a brincar às escondidas.
Apenas o AMOR não aparecia em lugar nenhum.
A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e no cimo das montanhas.
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral.
Pegou numa forquilha e começou a mover os ramos… no mesmo instante, ouviu um doloroso grito.
Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer para se desculpar: chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia.
Desde então, desde a primeira vez em que se brincou às escondidas na Terra, o AMOR é cego e é a LOUCURA que sempre o acompanha.
Sabias que ”FALAR” e “DIZER” não são propriamente sinónimos? É verdade!!
Vejamos:
Quem fala, fala bem, fala muito, fala com alguém, fala diante dos outros. Já quem diz, diz a verdade, diz o que pensa, diz o que não deve.
“Falar” tem a ver com o acto da fala. “Dizer” tem a ver com o conteúdo expresso por aquele que fala.